Brisa do coração

Revoltado tempo, entre a magia de madrigais que nunca morrem, o canto embevecido de um pranto que me atormenta. Porque sangra o chão se a minha alma não está sedenta? Não sofrerá o âmago da saudade repetida? O lado convexo de um espelho que já não reflete a vida. Ou a fúria dos rios que entre juncos e madressilvas furam a encosta. A melodia de um vento que assobia na pele à vontade imposta. Talvez o silêncio que em teus lábios finge o sentimento. Talvez a dor, de um passado que acabou ainda presente. A dádiva de um afecto que caiu ao chão, à gravidade adicionada pelo tempo à mão, que se fez ausente. Talvez o caminho seja em puro esquecimento, o raiar de um futuro sonolento. Que nunca nos falte o horizonte dos sonhos, quando a estrada se faz com a alma e sem pés no chão, na ausência do ruído do mundo, a brisa do coração.

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