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A mostrar mensagens de abril, 2017

Livres...

Livres, de rumos antigos, Fazem-se aos caminhos Que o sonho teceu.... Abandonam ninhos Frágeis peregrinos Em tão vasto céu... Descobrem-se destinos Em mágicos pergaminhos Em louca saudade.... E as asas no meu peito Vão abrindo em jeito O rumo à liberdade....

Frágeis liberdades

Ronda-me um sol, como um farol na alma Ao reflexo, de um sentimento convexo, que me agasalha... Sou a sombra tatuada na tela nua O toque do pincel na tinta crua Entre golfadas de um sonho que se atrasa. Sou correnteza de uma beleza gasta... Que se agita pelos bosques destas cidades Alma sem tempo em frágeis liberdades....

Sufragio

É tão pesada a escuridão sob os meus olhos Pululam lágrimas que não ousei chorar Arde-me no peito como cicuta Esta revolta impossível de calar Escuta Senhor este meu pranto A tua dor crucificada em meu coração De joelhos sob o teu manto Revivo altivo a tua Paixão. Olho tua fronte cravada de espinhos Teu corpo já morto entre ásperos linhos E o uivo da morte infâme, derrotada. Sinto o Teu sangue escorrer-me pelos dedos Assumo a culpa de todos os meus erros Quero a Tua dor, em meu corpo Senhor, sufragada.

Ausência

Queima a tua ausência entre as dobras dos lençóis Entre a pele e o desejo A boca que beijo a beijo Sorvemos os dois.... Decalque de saudade no peito A respiraçao impressa a teu jeito Ora acelera, ora acalma Entre corpos se inflama Amor, Eterna chama Brisa de poesia na alma....

Nós dois...

Desenhas-me a face nos contornos do desejo. Caiem noites entre a nossa pele, na vontade alada de um saudoso beijo. Somos chão em brasa de uma doce combustão...A língua em arrepio sobre a pele suave...A alma síncopada ao coração, no corpo que arde ... Somos mar sôfrego rasgado pelo vento, que sobre os telhados do mundo, roubou as asas ao tempo..

Saudade

A saudade é um pássaro pousado no peito, em frágil inquietação... É o tempo incerto entre a memória do toque e os fragmentos da tua mão... São as noites decompostas, Entre cumplicidades tão nossas Como quem polvilha de estrelas a escuridão....

Memórias

Despem-se em mim as memórias De um vazio acostumado de histórias De um gesto simples, envergonhado No contraste do sorriso, o triste fado. E vivo imersa, entre a vontade dispersa Chão e lama, a pronúncia altiva que me chama Na palavra que por fim se finda.... Sou de incógnita natureza, sonho e certeza De um madrugar profundo E paro o mundo! E nessas lacunas de tempo Sou mar e vento Que na tua pele se aninha...

Caprichos

Cosi a alma a cristais Fui de enfeite e pouco mais Em caprichos teus... Tatuei noites na pele Fiz do corpo passerele Devaneios meus... Entre estrelas nasce o pó Tu multidão e eu tão só Na corda bamba. Foste ode infernal Porta estandarte em carnaval Sem escola de samba.

Perda

Trago a tua dor emoldurada no meu rosto Num caixilho oco, disforme É a agonia que me deixa louca Faz-me perder de mim o teu breve nome Prendem-me grampos na pele Em tom gritante de correntes Tu eras asas do meu cárcere Sonho alado entre torrentes Leva as saudades, deixa a lembrança O colo de mãe, a feliz infância E arranca de mim a tua ausência Deixa-me inerte na berma da estrada De mim já não resta nada Apenas fluxos da minha demência...