Alma Suspensa

Tenho saudades do toque dos teus dedos A carícia voluntária de uma gota de suor a troca envolvente na acidez dos meus medos e o parco gesto adormecido do teu amor.... Tenho Saudades das noites que nasciam no teu corpo e das madrugadas que floriam sobre o meu como o brilho da lua num fugaz encontro vertido do teu corpo no seio do meu eu... Tenho saudades da tua pele na minha Liquidificar-me em ti em teia adrenalina numa cobiça assaz capaz de te sorver... Tenho saudades dos contornos da tua boca numa vertigem envolvente louca desdobrada em picos de prazer...

Transporto no meu corpo o toque indelével da tua mão sem me tocar e deixo a transparência do meu beijo em hipnoses poéticas que deambulam entre os lábios e o olhar.... retalha-me o desejo, a ardência louca do beijo estátua de fogo esculpida a cinzel como o sonho do teu corpo vestido em aconchego sobre a minha pele....

Meu corpo é uma casa de horrores em alheias soalhadas são lágrimas tecidas em multicores em raízes de silêncio empedradas. Meu corpo é morte e desalento chama que lavra como cinza meu corpo é sopro vulcânico do vento aninhado no deserto dessa brisa. Meu corpo é um túmulo deserto pedaço de loucura, vulto incerto nos braços da tua dor Meu corpo é veste de utopia torre de babel, parca poesia dentes na jugular do teu amor.