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Saudade

saudade, porque o silêncio não traz de volta a tua voz, nem o eco abafado da tua presença em mim esmorece na memória a imagem e dói o silêncio.... saudade, porque a convivência é madrasta de toda a vida a habituação queima a pele ao cansaço de mais uma noite sem sono. saudade, da tua despedida, como promessa atenta a uma permanência eterna em mim os traços do teu rosto gravados na minha pele como se te visse no espelho da minha própria face saudade, do cheiro, das palavras deixadas por dizer, no prenúncio da dor anunciada de fugida, saudade, é tudo o que se resume na revolta estonteante da tua partida na impercepção deste ciclo vicioso que nos ceifa antes de termos tempo para desatar o nó que temos na garganta que nos encurrala entre calar a dor, as lágrimas, a impotencia desonesta de nada puder fazer, de não te puder perpetuar eternamente ao pé de mim..... saudade, do adeus face-a-face, da última palavra suspensa no lábio da vida enquanto a morte te engole aos poucos, e a vontade de t

Horas... vãs.

já estão estanques as lágrimas da minha dor o rufar estridente dos trovões no meu peito a memória inacabada, o ser desfeito entre as penumbras de um silêncio autor. já se silenciaram as gárgulas sedentas os guinchos empedernidos das gaivotas a voz em retrocessos de contravoltas as pedras das fachadas já cinzentas voltou-se o tempo ao seu inverso ao tempo só meu em gerência casta à infâmia de um ponteiro imperfeito voltou-se o poema à rima sem verso à involuntária morte parcialmente gasta deitada em saudades no meu peito.

vontade

Dói em mim esta chuva lamacenta e fria a nudez crua da tua ausência o delírio permanente da Ironia a vontade louca da tua presença....

A TUA VOZ...

Sabeis suportar a dor? perguntava-me a voz inconsciente no meu consciente retida. sabeis esboçar um sorriso por entre as lágrimas? mas a resposta voltava vazia presa a um pequeno fio lúcido de racionalidade. fazia uns quantos anos que A tinha perdido. tinha transformado a dor da perda num refúgio de saudade. uma saudade doentia e incerta, que soluçava presa a uma solidão mórbida que me enlutava o peito.. que fazer a esta dor calada que gritava tão alto e me provocava surdez, face ao meu mundo e à realidade escondida? não encontro respostas. apenas silêncio. um silêncio que é dor, sofrida, mesquinha, hipócrita, que não me acarinha, nem me afaga, mas que se me grava na pele qual espinho de rosa cravado na mão pela coroa de flores que te deixei ao despedir-me. tem sido assim desde que partiste. nao tenho coragem de te abandonar, de te deixar ir com o tempo, nessa campa fria de desalento. não tenho vontade de te deixar afundar em sete palmos de terra. e choro, choro como um louco ciente da

Noite.....

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noite silenciosa esculpida na tua pele no passo impreciso de um tímido sorriso marcado a cinzel. lua fingida atracada no teu porto nuvens de maresia em promessa poesia escrita no teu corpo. abraçam-me ondas que te rebentam nos braços nos olhares vincados em toques trocados na loucura dos teus passos. pontão de sonhos e ardis sábios loucura amanhecida a saudade viva do ultimo beijo pendurado nos lábios...

Terapia...

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Olhar sedutor andarilho beijo no rosto despido gesto puro, quase cru canto virgem de sereia rasgando a tua teia desvendando o corpo nu. Vício deposto sem sentença nessa ausência-presença tão própria de mim um oceano em chamas corpos ardendo em camas pegando fogo ao cetim. És a minha fantasia nirvana, terra prometida ninfa sado-masoquista tágide desaparecida pedra filosofal esquecida nas mãos de um alquimista. És a oitava maravilha desejo tatuado na virilha que apetece morder kamasutra viajante erostismo oscilante maratona de prazer. Trinco-te a pele barrada com mel na avidez do teu cheiro fico louco, desmedido de te gemer ao ouvido na transparência do espelho. Ambrósia dos deuses profana deitada na tua cama a ardência que te provoca e nos corpos já suados ficam quase vincados os gritos da tua boca. Essa lingua que me atiça o veneno que enfeitiça e me entontece de paixão rasgo-te o peito num amor já quase feito sugo-te o sangue ao coração. Prende-me no teu corpo como um cego, quase louc
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Os teus olhos perdidos vagueando em mim delineando-me o corpo em majestoso cetim o toque indelével da tua mão o desejo imperfeito da perfeiçao perder-te o segredo que geme apressado entre uma gota de sangue e uma de orvalho sentir-te distante e quase cruel vincando os dedos na minha pele.....
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SOU APENAS UMA BRISA PASSAGEIRA E LOUCA QUE PERCORRE SUBLIME OS RECANTOS DA TUA BOCA......

MADEIRA...

De que cor são as águas que passam sobre as pontes que não vês Cadáveres que boiam na lama, onde enterras os pés? De que cor são os olhos vidrados pela dor destroços de um mundo que desaba ao teu redor ? De quem são os gritos que se aninham no teu peito na incredulidade de um lar pelas chuvas desfeito? Quantas mãos alcançam agora a tua luta, nesta hora derradeira? são vozes de ajuda que se estendem ao teu encontro, dando abrigo, conforto, Abraçando-te MADEIRA.....

PORQUÊ????

Porque sangras coração deserto se as minhas lágrimas não denúnciam a tua dor? Porque me devoras o peito, se o teu vulto insatisfeito apenas gera rancor? Porque me alimentas o corpo, se o meu maior desconforto é continuar a viver? Porque me animas a alma, se apenas desejo a calma de um leito onde morrer?

Queda

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caio docemente no abismo como um grito morto sem compromisso caio nas incertezas de um juízo que sem valor se perde submisso caio nas pedras da calçada como afago sem tempo na madrugada caio nos rios da amargura no desprezo constante da última jura...

Assassinato

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Quantas Rosas são precisas para que o dia floresça? Quanta lágrimas são precisas para que o teu amor desperte? Quantas horas te faltam para sentires a saudade no teu peito? Quantas lembranças de mim se aninham no teu olhar sem que me vejas? Quantos dias vais fazer de luto à minha morte, sabendo que foste tu o meu cruel assassino?

Morri......

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Morri, no deserto das águas profundas nas palavras que o teu olhar negou... Morri, entre o choro das brumas de uma noite que não acabou. Morri, entre as mãos de um mutante nos braços escondidos da multidão... Morri no teu amor distante longe do teu coração. Morri, no inconformismo dos dias nas trevas das noites, na escuridão Morri no embalo das tuas ironias, envolta pela solidão....