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A mostrar mensagens de setembro, 2018

À memória do meu Bisavô Aníbal Martins Araújo

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  Não é fácil descobrir rostos entre a poeira dos anos e sabê-los devorados por uma guerra onde a grande vitoriosa foi a morte. Mas prometi a mim mesma, que te iria roubar ao esquecimento, que te iria retirar das brumas e descobrir-te o rosto. O tempo já me tinha levado os avôs, um quando eu ainda nem era nascida e outro pelos meus três anos de idade. Habituei-me a ouvir as memórias de tantas histórias que falavam do meu avô Zé e de quantas vezes ele parecia não aceitar a perda do Pai. Esse Pai que eras Tu. Sim, o meu bisavô Aníbal, falecido na primeira guerra mundial, deixando dois filhos, um com apenas 4 anos de idade. O meu avô Zé, carinhosamente apelidado de Bodêgo, viu a morte levar-lhe o pai em terna idade e a vida árdua levar-lhe a mãe emigrada para o Brasil levando com ela o seu outro filho, o Manuel. Do pai restava-lhe apenas a pensão do preço do sangue, solicitada pela mãe em 08 de julho de 1919, que terminaria em 03 de outubro de 1936. E o sangue transmutava-se em lágrimas