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A mostrar mensagens de junho, 2017

À tela da minha alma, iluminura do meu mais secreto amor

Vejo-te passar por entre os respingos dessa chuva fria acordando o corpo quente. Nada em mim desagua tão facilmente como o desejo inacabado de ti, nesta mente que te sonha em suspiros de um prazer alarve e mundano. Inspiras-me o desassossego de uma loucura premente entre a tua pele e a minha; numa languidez exacerbada a um toque que me queima sem me tocar, a língua viperina que me apimenta a saliva a cada beijo. Somos a instância selvagem que nos sacia em cada golfada de nós; a loucura e a exaustão, saliva, suor e degustação. Desejo. A fruição desajeitada de um amor que se derrete num calor escondido em vertigens no meu peito. Não posso dar-me ao luxo de escancarar ao vento a tórrida eloquência de te amar sob um chão de estrelas banhadas pela lua. A maciez tentadora da pele na pele. O afago desmedido que me enlouquece num esquecimento de mim. És tão real quanto hipotético. E eu quero-te nos desejos sequiosos da terra árida face à chuva. Quero-te em todos os impossíveis irrisórios que

Valsa à lua...

São os silêncios que na pele chamam por ti. A impressão dos dedos ao despir da boca, em beijos, delineada e louca, ao suspiro que entre nós se aviva. É o desejo que em notas soltas se  fez melodia. A saudade nua. A cumplicidade que se diluiu a medo, no manto sobre os ombros do segredo. Somos a valsa, que o corpo enlaça, sob a envergonhada lua.

Amor

Desgasta-me a razão ao sentimento. A vontade de partir enquanto o tempo não me parte o coração. E esta raiva que me corre nas veias de uma saudade já gasta. Tanto que te amo num passado tão presente. Tantas palavras que tatuei em felicidade no vento. Mas nunca fui corrente, deixei-me em espera a debater nas águas. E agora o chão é vazio. Só resta a dúvida que me debica a alma por tanto que o teu nome chama. Adormeço nesta fria cama, entre o suor dos corpos que em lágrimas se transmuta. Não tenho mais forças para esta luta. É injusta a ironia e a trama do destino. Se o corpo resta só porquê dar-lhe a companhia das ausências. As horas incertas que na pele sedentas, se transpunham em nós. Não sei quando em mim se encerrará tua presença. Vivo entre as penas que se abrem no peito, entre o luar e a dor. Só peço que o tempo, ou a fúria do vento, me deixe esquecer-te, Amor.

Promessas....

Levas-me a escrever histórias com palavras enubladas pelo tempo. Um misto de júbilo e tormento do meu corpo em pedaços como areia exposta ao vento. E se eu quiser o abraço prometido, em pedaços quebrados de vidro, à solidão que me deixa louca, de sorver de um só trago os beijos da tua boca?

Rasgos de ti

Os teus olhos perdidos Vagueando em mim Delineando-me o corpo Em majestoso cetim. O toque indelével da tua mão O desejo imperfeito da perfeição Prender-te o segredo Que geme apressado Entre uma gota de sangue E outra de orvalho. Sentir-te distante e quase cruel Vincando os dedos Na minha pele.

Êxtases

O amor é a insensatez urbana  Nas asas de um anjo  A boca ardendo ao silêncio  Da língua que se contorcionista ao desejo. O corpo sangrento, esguio e quase cru A pele salgada em devaneio  As mãos cravadas no seio E a volúpia como fénix Renasce das cinzas em êxtase Envolvendo o corpo nu.