Mensagens

A mostrar mensagens de janeiro, 2022

Emoldurado a nu

Imagem
 Desceu  a rua entre dois passeios paralelos à sua própria e sombria alma. Nada lhe restava dizer, a não ser o eco mudo nas suas entranhas, remoendo a luz fronteiriça das persianas do olhar. Nada, reflectiu. Nada que  pudesse ser tão absurdo como pescar pássaros à sombra de uma nuvem. Nada que pudesse dilatar o âmago dessa loucura em vias de expansão. Nada a não ser a repulsa no olhar alheio, espreitando entre frechas do seu próprio corpo, emoldurado a nu. (Texto: Elis Bodêgo, pintura: FLuis Candeias)

Apoteose final

Imagem
Chama o meu nome  No peito a ferros bordado    A boca costurada a fome De um desejo ao tempo roubado. Deixa cair a lágrima em tenaz liberdade Escorrendo na luz tênue dos vitrais  De uma consentida saudade  De quem já não volta mais.... Deixa-me no tecto do teu peito Abrigar-me a tanto preconceito  Deste alheio vociferar.... A língua cruel, viperina,  Infame, letal pesticida Das vizinhas do sétimo andar.. Sou grito que o vento sustenta Respingos de terra e mar Corpo astral, mosto, canela e pimenta Prazer em apoteose final....

Asas da saudade

Imagem
 

Pétalas negras

Imagem
 

Desencontros

Imagem
 

Arrepios...

Imagem
 Ama-me em silêncio, em gotas de um verniz escarlate que banha em sangue este meu cárcere. O toque simples de uma vulgar e doce carícia deposta despropositada sobre a pele. Não quero subterfúgios nem tendências de um tabu louco. Quero a hipotermia da tua pele na minha...os arrepios de um frio que se ateia em brasa pelo corpo. Quero a derrocada amena do teu ego desnorteado em prazer, na epifania agreste da liquidificação pura do teu e do meu ser...