Alma Suspensa

Loucura é o mundo da minha sina A extravagância já de si esquecida O prenúncio vil da vã despedida Que me queda imóvel nesta fantasia... nada possuo nesta eterna idade nem o sábio gosto da cruz mais perfeita sonho que sou pássaro de asa aberta caíndo no precípicio da mediucridade... Julguie-me perdido sugando o sangue o prazer alarve de uma quimera e no alaúde de um velho hábito vi morrer o corpo que a alma encerra.

Fica... se for esse o desejo de sentires arrancado à boca o último beijo. Fica.... se a denúncia te aprover e for mais forte e te corromper os desígnios da própria morte. Fica....se a memória te atiça o fogo que semeei dentro de ti na ausência imprudente da tua vida sem mim... Fica....se no teu sangue corre a saudade o silêncio transparente de um língua que na pele atiça a liberdade. Fica....se o teu corpo pede a mão o toque da carícia, a malícia a sedução.... Senão parte....destrói a quimera, o engenho e a própria arte.... mas deixa no meu peito petrificado o teu adeus A renúncia cobarde O desejo quase alarve dos teus lábios sobre os meus....

Era ardente e quase cru, a ardência desse beijo pirâmides de um vulto nu amarrado ao meu desejo.... era cinzento e sombrio em cores talhadas em prosa o toque do lábio macio no corpo coberto de rosas... era sagrado e profano demente, cruel, suícida um beijo que quase nos mata e nos renasce para a vida....