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A mostrar mensagens de julho, 2018

Calejado esquecimento

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Perdi tanto de mim Que são mais noites que dias Que levo no travo amargo da memória. Dói-me na pele o abandono O colchão de pedra onde engano o sono De um leito de rua feito já sem história. Não me seduz o brilho da riqueza Sempre fui afeito à dignidade e à pobreza Numa mocidade de trabalho e de sorte pouca. Trago as mãos calejadas de sofrimento De um ser forjado ao esquecimento A mendigar o pão que se leva à boca.

Orientes

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Queima os pés a areia de um deserto Que no pó da estrada se fez leito De uma noite que em mil desdobra a lenda... A pele tatuada de um destino O vento de um sopro paladino Abana em fogo os panos da tenda... E contorna o corpo a labareda quente O tornear da anca na dança do ventre A espada flutua em desperta fantasia. Sob a lua feiticeira brilhante O deambular de um desejo ofegante O erotismo tecido em magia....

Vida a dois

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Descrevo no teu rosto, as palavras que em esforço, se acumulam no meu peito...abre as asas cavalo alado, a fúria de um sentimento apressado, que se aninha sobre o leito. A pele que estala na maciez da língua, que envolta em saliva, entre poros injecta a alma aos corações. O abraço que em alta voltagem, na adrenalina da viagem, tatua uma vida a dois.

Regressa à solidão da casa

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Levam-me as brisas De um silêncio que se arrasta Pássaros pousados nas nuvens O coração em brasa... Levam-me as sombras nuas De uma luz em si já gasta O peito que em chagas cruas Regressa à solidão da casa....

Apenas as penas....

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Por vezes somos apenas, as penas, de um pássaro que trazemos tatuado no peito e que em silêncio nos debica o coração. Doiem-me as ausências, as saudades, o tenaz pranto, que em defeito, trago no embalo lento de um amor que jaz, em hibernação.

Devaneio

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Oh! Volúpia atroz dessa caminhada Do vulgar destino das minhas ausências Da cama lavrada entre pedras duras Personificada pela minha demência... Oh! Orgulho infame mal-aventurado Dobras de um passado perdido de mim Saudades prementes das tuas memórias Onde alcanço glórias de um eterno fim...

Coração que morde

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Trago no eco das batidas o teu nome Num coração que me morde Sempre que a tua ausência se demora. Palmilhei tantas vezes o deserto Nao sei se é o nosso passo que é incerto Ou a saudade que me devora?

Viagens

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Trago a pele delineada de viagens, em colisão com outras margens que não tive coragem de atingir. Naveguei em sonhos na vulnerabilidade dos dias, nas noites que em fantasias, teci em ti. E em cada contorno apressado, o passo incerto encurtado, nas fronteiras que nos afastam. As asas que o céu expande na insignificância que o tempo tatua em mim. E a dúvida que a mente avança, ter o coração na garganta e a alma pronta a partir.

A ilusão do estrelato.... O amor termina no primeiro acto.

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Apaixonei-me, em devaneios de ilusões, por uma estrela, na ingenuidade de uma tela que só iluminá-se o meu céu. Mas o mundo gira e baralha a noite, troca as estrelas do sul pelo norte, do este pelo oeste, sem qualquer orientação. Percebi que este amor era difuso, um complexo inacabado e confuso, em plena condenação. Se eu nunca ganharei asas como poderá a estrela estar ao alcance da minha mão?

Amava-te...

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Amava-te ainda antes de te ter conhecido. Antes de cruzar meus passos contigo. Antes do vento nos fazer maré. Talvez fosse como um mapa do tesouro subcutaneamente escondido, que só se decifrou contigo, ao toque subtil da pele na pele.