Amava-te ainda antes de te ter conhecido. Antes de cruzar meus passos contigo. Antes do vento nos fazer maré. Talvez fosse como um mapa do tesouro subcutaneamente escondido, que só se decifrou contigo, ao toque subtil da pele na pele.
Não subas os degraus da minha mente Há nela escuridão e uma loucura decadente De quem se abandona à dor depois do temporal.... Serena-te no meu peito, saudade ardente Há no coração uma síncope diferente O compasso fúnebre de uma ode triunfal. E o silêncio intensifica a tua ausência O grito preso entre a sobriedade e a demência Que as lágrimas denunciam, sem cessar... Que a minha dor não te prenda aqui meu anjo Abre asas rumo ao merecido descanso Rumo à luz da salvação, que te fez libertar.
Procurei no pó da estrada os teus traços Na vertigem dos abraços Que o tempo despiu de mim... E nas dobras da pele escondem-se histórias As derrotas e as vitórias De um etéreo jardim... O coração não delega no tempo A memória ao desalento De uma campa rasa, feita só de chão. São páginas sopradas ao vento No relógio do Esquecimento Que sucumbiu à razão.
Comentários