Amor

Desgasta-me a razão ao sentimento. A vontade de partir enquanto o tempo não me parte o coração. E esta raiva que me corre nas veias de uma saudade já gasta. Tanto que te amo num passado tão presente. Tantas palavras que tatuei em felicidade no vento. Mas nunca fui corrente, deixei-me em espera a debater nas águas. E agora o chão é vazio. Só resta a dúvida que me debica a alma por tanto que o teu nome chama. Adormeço nesta fria cama, entre o suor dos corpos que em lágrimas se transmuta. Não tenho mais forças para esta luta. É injusta a ironia e a trama do destino. Se o corpo resta só porquê dar-lhe a companhia das ausências. As horas incertas que na pele sedentas, se transpunham em nós. Não sei quando em mim se encerrará tua presença. Vivo entre as penas que se abrem no peito, entre o luar e a dor. Só peço que o tempo, ou a fúria do vento, me deixe esquecer-te, Amor.

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