Sufragio

É tão pesada a escuridão sob os meus olhos
Pululam lágrimas que não ousei chorar
Arde-me no peito como cicuta
Esta revolta impossível de calar

Escuta Senhor este meu pranto
A tua dor crucificada em meu coração
De joelhos sob o teu manto
Revivo altivo a tua Paixão.
Olho tua fronte cravada de espinhos
Teu corpo já morto entre ásperos linhos
E o uivo da morte infâme, derrotada.

Sinto o Teu sangue escorrer-me pelos dedos
Assumo a culpa de todos os meus erros
Quero a Tua dor, em meu corpo Senhor, sufragada.

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