Morreste-me

Morreste-me e não fui capaz de verter uma única lágrima. Talvez porque a traição mata em nós qualquer réstia de sentimento. Foi um homicídio negligente e premeditado. Foste a desilusão gigante que me fez pegar na arma e assassinar o corvo que trazia no peito em embalos de um amor que de cúmplice nada teve. Não te guardo as penas, nem o rosto, ou o nome. Quero o vazio do tempo que desperdicei contigo nas mentiras que a tua voz apregoava. Como é justo o karma face à maldade das pessoas. Aqui se paga cada gota de sangue inocente que derramamos nos outros. Aqui se paga o peso da consciência do que perdemos. E espero que a memória dos momentos comigo te injecte e queime em saudade como o inferno em que me fizeste arder.

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