Vértice do esquecimento

Cheguei ao vértice da nossa desistência. Não somos reais, somos a ilusão em pura decadência. Os antípodas de um sentimento já em si descrente. A marginalidade de um poema decadente. O corpo retorce-se na ausência que do toque se evade. A alma cospe em cristais as lágrimas que os olhos não albergam mais e se derramam. A calma que a tua alma transmite ausentou-se de mim desde algum tempo, resta,a inquietação, a dúvida, o descontentamento. Será a vida um jogo de vitrais. O prometer que se volta e não regressar mais? Cansei-me de expectativas, de mendigar amor, entre as horas de madrugadas perdidas e a resposta pronta da solidão que me acompanha. A estrada fria que o pé estranha, quando a vontade é partir. Mas este amor corroi-me as estranhas, em nefasta dor de vertigens plenas. Não deixo de te amar, levo na pele tatuado o teu toque, o sabor do beijo, mas o amor não sobrevive de incertezas ou lembranças, nem de promessas ou esperanças, no amor ou se investe ou se esquece. E eu tenho sido a voz no silêncio do teu esquecimento.

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