Prenúncio de dor

Gosto das palavras que me alcançam
No prenuncio desse tempo que já morreu.
Gosto dos sinais por onde balançam
As metamorfoses poéticas do meu eu…
Gosto das trindades sobre os céus
Em vertigens abertas a quem pereceu
Gosto das candeias acesas cobertas de véus
Limpando as lágrimas de um choro ateu.
Gosto das indulgências que me pregam
Ardendo numa febre pouca
Nesta cruz infame do destino.
Gostos da dor das chagas que sangram
Dos insultos da tua doce boca
Que me enlouquecem o tino.
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