eu sei...
Deito-me na tua face
nos parâmetros do abandono
na metamorfose suada
da vigília amargurada
das noites sem sono.
Mergulho no teu olhar
em lágrimas que se ondulam
na órbita descrente
em pedras sulcadas
por lágrimas que pulam.
Envolvo-te nos meus braços
teu corpo pregado em mim
cruz de carne
sangue que escorre
numa pele de marfim.
És rosa acre, de espinhos
tecidos na tua pele
teu olhar de lua desfeita
numa face quase perfeita
esculpida a cinzel.
És caminho já sulcado
onde embalo meus pés feridos
pedra após pedra te engano
te renuncio, te infamo
pelos males alheios, sofridos.
Envolvo-te nos meus braços
teu corpo pregado em mim
cruz de carne
sangue que escorre
numa pele de marfim.
És rosa acre, de espinhos
tecidos na tua pele
teu olhar de lua desfeita
numa face quase perfeita
esculpida a cinzel.
És caminho já sulcado
onde embalo meus pés feridos
pedra após pedra te engano
te renuncio, te infamo
pelos males alheios, sofridos.
Eu sei que o teu rosto é ficção
jubilo reposto em mar
no céu que abraço
em nuvens de cansaço
em nuvens de cansaço
no teu secreto olhar.
Eu sei que o silêncio é amargura
É vertigem perpétua de te alcançar
Eu sei que o silêncio é amargura
É vertigem perpétua de te alcançar
E descendo pelos teus lábios
Beijos puros, homens sábios
Beijos puros, homens sábios
num decrépito penar...
eu sei, que já nada serei
porque não sendo a ilusão
de ser quem fui ou talvez não,
petrifiquei todo o meu ser
ao alcance da tua mão.
Desmembrei-me á mercê de ti
Á volúpia da tua sanção
À ingratidão descarnada
De uma fé abandonada
Na idolatria do perdão.
Desmembrei-me á mercê de ti
Á volúpia da tua sanção
À ingratidão descarnada
De uma fé abandonada
Na idolatria do perdão.
Talvez ficar, talvez partir
no firmamento de uma questão
o silêncio é provocador
e na tontura pela dor
falha-me um pedaço de chão...
eu sei... por onde andei...
rios de mágoa e de paixão.
eu sei... onde errei…
pela penumbra, da dita solidão.
eu sei… quem amei
se fiz sofrer, peço perdão.
eu sei...onde fui forte
calquei o limite da morte
se não morrer, viverei...
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