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A mostrar mensagens de 2009

definição...

Somos feitos de vidro, frágeis ao toque de uma lágrima...frágeis ao frio do abandono...frágeis e loucos, sem meta traçada, sugando a vida aos poucos sem dar por nada....

simples.........como tu

simples como o bago de uva sabendo a mosto como o suor escaldante que te escorre sobre o rosto... simples como a metamorfose inversa da borboleta em lagarta como o traço suave de uma saudade esculpida em prata. simples como o sonho que se esquece ao acordar como o devaneio do lobo numa noite de luar... simples como o fogo que consome todo o campo como a lágrima que devora ao olhar o encanto.... simples.....como tu são as montanhas que se movem na conquista de outra terras os portos onde atracas esfumando as fronteiras as guerras que desarmas ao aconchego de uma mão num vulcão de amor perfeito que engole a solidão.

duvida....

para quê roubar ao tempo o tempo da ilusão o descaminho cruzado ao delirio da sensação?.. para quê ver o teu olhar que não alcança o meu ser a distância de um momento que nasce para morrer?.. para quê viver de medos de privações, de barreiras de falsos procedimentos falsas crenças, criar fronteiras? se no processo involuntário entre a criação do ser nasce o medo embrionário entre o resistir e ceder....

Segredo...

Descubro nos traços do desejo o segredo quase impuro de um outro beijo... o toque vulgar que anuncia ao corpo a carícia de outra mão. o olhar desviado pelas trevas tapado envolto em solidão... e tu tão distante tão solto.... penetrante nos poros do meu corpo em tenaz libertação....

Miss you...M

As vezes parece que já não tenho mais sangue de onde brotar esta minha raiva paralela, sou tão pouco de tudo quando me sinto nada. São apenas lágrimas que me sugam a solidão desta noite ponteada pelo teu silêncio e arde em mim a escuridão das amnésias pálidas no inconformismo do tempo. Procuro-te na ignorancia atempada, pelos rios preversos do descaminho. E nada em mim é taõ real como a dor, mesquinha que se aninha em abrigo no meu peito.

Loucura

Morre sem alento amor deserto sem sofrer! morre acrobata, vertigem parca de prazer! morre vento agreste, perdido sem ambição! morre ironia, minha hipocrisia sem razão! morre oh! corpo fraco, parasita sem noção! que o sabor do vento é chuva desfeita, ilusão! morre gosto acre, boca da desventura que o prazer é pecado e o sofrer é loucura!!

Saudade....

Quantas horas me roubas ao corpo quando me amas aos poucos nos recantos do teu olhar? quantos poros me abraças num fôlego, preso nos lábios do teu acordar? Quantos risos me penduras na alma, numa casa mal arrumada suspensa no teu andar? quantos dias te afastam de mim, sabendo que és o meu fim, meu porto onde atracar.......

incógnita loucura

como corre a chuva sobre a face esquecida dos traços do próprio rosto? como se enloquece a língua mergulhando os sentidos num lábio de mosto? como se abre a iris num perfil inóquo de visão irreal? quando o teu vulto se espelha distante em particulas de um vendaval..... como se desdobram os dedos no entrelaçar da tua mão? como despejas nos meus lábios os teus segredos numa púrpura ilusão? como se desprendem as lágrimas de um parco sentir? desejos presos em poros abertos á ânsia de partir.... de que cor desenhas a loucura que te prende ao meu ser? com gotas de uma dor profunda expelida de um prazer? ou com dedos de ternura que te tacteiam noite escura em vertigens de um novo amanhecer?

Carta a uma ilusão de amor

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Podia dizer-te tantas coisas. Inventar desejos, subterfúgios, mentiras pérfidas ou silêncios poéticos. Podia dizer-te coisas hediondas revestidas de segundos sentidos ou despidas de conteúdo por não ter sequer o que expressar. Podia dizer-te que te odeio como se não houvesse outro sentimento iludido em toda a face da terra…. Mas sei que não posso fazê-lo. Não posso mentir a verdade que grita mais forte que a dor. Esta dor que me mata nos redundantes falsetes da vida. Sinto a tua ausência em mim. O teu cheiro entranhado na minha pele. O teu respirar no meu ouvido numa cadência que me deixava louca. Por te querer, para te querer….e por não te ter. Esta visão ainda é muito turva das omnipresenças que me deambulavam na mente face a ti. As vontades sórdidas de fugir no teu abraço. Ou as lágrimas caladas pela solidão da noite. Podias ser tudo: água, fogo, chuva, rio. Ilusão real, torre de babel. E eu deixei por ti meu mundo vazio, alheio ás sombras empedernidas das pessoas, que deambulam ao

Amor procura-se--

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Procuro-te por entre as gotas ácidas de uma chuva de rostos humanos, à mercê da própria dor, da própria incredulidade de ti. Rastejas por entre os poros desta pele que se arrepia em contratempos em metamorfoses esporádicas de mais um dia mau. Procuro-te por entre os becos das avenidas, nas pedras incipientes da calçada fria rafada por pés mundanos. És apenas o pensamento esquecido e empoeirado pendurado nas arestas da minha alma. Quero-te numa fome desenfreada e animal, que me leva a agir por instintos grotescos polvilhados pelo teu doce sabor fantasiado em meu espírito. Onde te escondes dos olhares que te ignoram, que não se conjuram a pensar na tua fugaz existência? És vulgar mas no entanto procuro-te… procuro-te…. Se não for nas horas mortas da minha alma, nos lábios agitados de silêncio, nos corpos balançando sensualmente no vento das atrocidades infantis deste meu querer….responde-me voz alheia e imperceptível… onde te escondes? No beijo roubado que vai de boca em boca, sabendo a

Carta à minha Avó Glória

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Acredito no desespero. Na força que me sufoca e me amarra os pulsos na impossibilidade de agir. Acredito no desespero desde a tua partida. Desde que me deixaste nesta ausência-presença tão imprópria de ti. Acredito no sofrimento. Acredito na solidão de um olhar enclausurado no teu rosto. Acredito na dependência. No golpe de misericórdia que a foice da morte impõe quando nos finda o prazo. Acredito na dor. A dor mesquinha e transparente. A dor visível que nos obriga a arrastar o corpo e encarar a vida sem ti. Ainda continua vazio o teu espaço. Como podem dizer que ninguém é insubstituível? Que artimanhas macabras inventam as pessoas para nos levar a acreditar em mentiras. Quem disse que a dor fica mais ténue, quando compreendida? Quem disse que as frases politicamente correctas que me gritavam aos ouvidos no dia do teu derradeiro adeus, me tranquilizavam? Só queria ficar sozinha, a olhar para o teu rosto sereno. Não podia deixar-te partir. Não queria que te levassem sem que tivesse temp

eu sei...

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Deito-me na tua face nos parâmetros do abandono na metamorfose suada da vigília amargurada das noites sem sono. Mergulho no teu olhar em lágrimas que se ondulam na órbita descrente em pedras sulcadas por lágrimas que pulam. Envolvo-te nos meus braços teu corpo pregado em mim cruz de carne sangue que escorre numa pele de marfim. És rosa acre, de espinhos tecidos na tua pele teu olhar de lua desfeita numa face quase perfeita esculpida a cinzel. És caminho já sulcado onde embalo meus pés feridos pedra após pedra te engano te renuncio, te infamo pelos males alheios, sofridos. Eu sei que o teu rosto é ficção jubilo reposto em mar no céu que abraço em nuvens de cansaço no teu secreto olhar. Eu sei que o silêncio é amargura É vertigem perpétua de te alcançar E descendo pelos teus lábios Beijos puros, homens sábios num decrépito penar... eu sei, que já nada serei porque não sendo a ilusão de ser quem fui ou talvez não, petrifiquei todo o meu ser ao alcance da tua mão. Desmembrei-me á mercê de

Prenúncio de dor

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Gosto das palavras que me alcançam No prenuncio desse tempo que já morreu. Gosto dos sinais por onde balançam As metamorfoses poéticas do meu eu… Gosto das trindades sobre os céus Em vertigens abertas a quem pereceu Gosto das candeias acesas cobertas de véus Limpando as lágrimas de um choro ateu. Gosto das indulgências que me pregam Ardendo numa febre pouca Nesta cruz infame do destino. Gostos da dor das chagas que sangram Dos insultos da tua doce boca Que me enlouquecem o tino.

Ausência de Deus

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Quantas vestes te rasgaram esses pobres Os famintos de tudo, até de pão? Quantos homens se cruzaram no teu corpo Tão cheios de tudo, mas vazios de oração? Quantas dores absorveu a tua alma Nas lágrimas que escorrem sem cessar Por entre os olhos escondidos do mundo Tão sábios de tudo, mas não sabendo rezar? Quantas almas vaguearam a teu lado Na insignificância fatal do abandono? Quantas pessoas se julgam perdidas Em esperanças adormecidas, sem começar de novo? Quantos homens acreditam em Deus Nos desígnios Seus, ou na sua Trindade? Quantas almas esqueceram o perdão Da vida eterna, da Salvação, da alegria e da liberdade?

Mãe

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Em teu rosto nascem aves flamejantes ventos vagos de um claro sentir teu olhar, minha Mãe semeia estrelas no manto da noite calma, a florir. Em teu corpo fértil me aninho como pétala de flor a amanhecer teu corpo, minha Mãe é ouro fino fénix mitológica a renascer. Em tuas mãos são doces os caminhos os rastos de luz que desenham teu ser tua voz, minha Mãe são imaculados hinos pedaços de mel num favo a escorrer. Teu ser de pétalas vestido derramas sobre mim teu mágico viver queria ser para sempre o teu menino deitar-me no teu colo e adormecer.
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já não sei nada de nada, nem de muito posso saber sou uma alma cansada, perdida em nada por tudo querer... sou esperas perdidas, lágrimas gentias parcas fantasias, erros só meus sou silêncios escuros, pedras frias, muros chicotes seguros em dedos impuros secretos adeus....

CANSAÇO

sinto traços de um corpo que não é meu de uma difusão profunda de um extase perdido adormeço cobarde por entre os teus dedos numa metonímia premente ao sabor das águas.. não tenho olhares discretos nem palavras doces, nem sopro fragâncias de vertentes loucas sou como o silêncio deposto em teu pensar nobre em aconchego, guerreiro sedento de me aniquilar.... aninho-me em promessas de palavras ocas em mão de poetas sobre penas soltas em mim mora a solidão mais o desespero um vento suão num deserto ameno... sou contradição envolta em cansaço pedra em multidão envolta em teu regaço sonho a maresia no leito da morte perco a melodia, um resto de dia sobre o vento norte... em nada acredito, acreditar não posso não tenho sentidos, quase nem motivos que me convidem a esperar a morte vivo tresloucada, num meio de nada suspensa de cabeça, na linha do horizonte sou a mal amada, vida encerrada que desesperada vi saltar da ponte....