Podia dizer-te tantas coisas. Inventar desejos, subterfúgios, mentiras pérfidas ou silêncios poéticos. Podia dizer-te coisas hediondas revestidas de segundos sentidos ou despidas de conteúdo por não ter sequer o que expressar. Podia dizer-te que te odeio como se não houvesse outro sentimento iludido em toda a face da terra…. Mas sei que não posso fazê-lo. Não posso mentir a verdade que grita mais forte que a dor. Esta dor que me mata nos redundantes falsetes da vida. Sinto a tua ausência em mim. O teu cheiro entranhado na minha pele. O teu respirar no meu ouvido numa cadência que me deixava louca. Por te querer, para te querer….e por não te ter. Esta visão ainda é muito turva das omnipresenças que me deambulavam na mente face a ti. As vontades sórdidas de fugir no teu abraço. Ou as lágrimas caladas pela solidão da noite. Podias ser tudo: água, fogo, chuva, rio. Ilusão real, torre de babel. E eu deixei por ti meu mundo vazio, alheio ás sombras empedernidas das pessoas, que deambulam ao