Mais uma noite em que visitam a minha alma os pássaros negros, que em voos ininterruptos, despertam esta calada saudade, atada em prantos nos desassossegos da minha alma, nestes 16 anos da tua "partida terrena" meu querido Tio Eurico... Talvez o tempo não seja apenas um embuste desajustado ao credor ativo da morte. Talvez o tempo sirva apenas para marear a dor, intercalada entre a saudade que a jorros contidos sai do peito numa liberdade punitiva das vivências, que entre vigílias vivem os acordados. Talvez ainda acorde a ausência que me fere a cada dia, quando as memórias de ti me assolam compulsivamente, numa náusea desenfreada dos momentos que contigo não vivi. Há tantas vivências paralelas em nós mesmos, vínculos de uma distração doentia que entre tantas ousadias, nos retrai ao medo das memórias. Não tenho receio de voltar aos quartos da memória, de revisitá-los vez após vez. Porque a vida foi sempre a partilha de tantas horas que por vezes o dia nos nascia na pele na n