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A mostrar mensagens de 2021

Sobriedade

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A sobriedade é um ângulo obtuso demasiado acentuado que se esbate lentamente, na suavidade dos contornos face ao tornear discreto de um corpo entre sombras... Mas a sensualidade será sempre o estímulo exacerbado na premência estonteante que nos os atiça sentidos....

Golpe de asa

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In memoriam do meu querido Tio Eurico

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  Mais uma noite em que visitam a minha alma os pássaros negros, que em voos ininterruptos, despertam esta calada saudade, atada em prantos nos desassossegos da minha alma, nestes 16 anos da tua "partida terrena" meu querido Tio Eurico...  Talvez o tempo não seja apenas um embuste desajustado ao credor ativo da morte. Talvez o tempo sirva apenas para marear a dor, intercalada entre a saudade que a jorros contidos sai do peito numa liberdade punitiva das vivências, que entre vigílias vivem os acordados. Talvez ainda acorde a ausência que me fere a cada dia, quando as memórias de ti me assolam compulsivamente, numa náusea desenfreada dos momentos que contigo não vivi. Há tantas vivências paralelas em nós mesmos, vínculos de uma distração doentia que entre tantas ousadias, nos retrai ao medo das memórias. Não tenho receio de voltar aos quartos da memória, de revisitá-los vez após vez. Porque a vida foi sempre a partilha de tantas horas que por vezes o dia nos nascia na pele na n

Preceitos

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Preceitos de um pecado víscero e tão carnal Que ao toque dos dedos na pele escreve silêncios Numa índole perfeita, animal.... Trazes nos lábios os venenos de outros medos Os sussurros de devaneios quase cegos Despindo a pele num prazer primitivo, imoral...

Escrava da solidão

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  Trago na alma o travo de um beijo  Numa saudade mortal... A volúpia matou o desejo  Num impulso vil, animal.... Trago a alma presa no peito Escrava desta solidão Entre lágrimas cravadas no leito Verte em sangue o coração... Não vou só, levo o céu  Entre a dor desse amor que em mim morreu.... Não vou só, deixo o chão Sem sentidos, os gemidos  Das tábuas deste caixão....

Mágoa

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  Roubaste-me o chão e partiste E das minhas lágrimas te riste Gozo à dor de uma ilusão... Sentimentos que fingiste E eu tive uma espada em riste Apontada ao coração... Meu amor, leve-te o vento Cansada de fingimento Quis calar a dor à razão... E no mais terno lamento Fui pássaro sem norte, nem tempo Livre da tua prisão... Porque as pedras da calçada, amor Sabem de cor o castigo e a dor Que o meu peito chora a rir.. Talvez do amor fosse escrava Mas cortei os grilhões à alma E deixei-a em prantos, florir....

Despovoamento

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Granjeando a alma ao som da chuva na terra árida de um despovoamento interno alheio ao sol ... E entre a gaiola do peito, um sentimento em vertigens imperfeito, luz pálida de um velho farol ...  

Saudades...

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  Saudade... Trago o beijo salgado pela lágrima A loucura atenuada pela ausência Na pele despida do teu toque O silêncio acre da demência... A noite envolve-me triste Em metamorfoses de várias  luas E no coração que em pedaços partiste  Só restam saudades tuas...

Liberdade

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Silêncio

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Perdida

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"Teu corpo é um caminho Por onde percorro o meu destino Sem te conseguir tocar... És a incógnita presente De um dia diferente  Em que não há luar... (In Alma Suspensa) Sublinho o teu rosto Com os traços de um sol-posto Tocando de leve o mar E beijo teu íntimo infinito Como se sugasse um grito Que o tempo não conseguiu calar"  (In Alma Suspensa)

Meu novo livro - prefácio de José Manuel Simões

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Alquimias

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  Levita em mim a luz tênue das ilusões O segredo bem guardado das alquimias A alma em nefastas combustões O coração em compassadas arritmias... Sou serena de ilusões constantes  Vulto noctívago, só criatura  Luar espelhado em pó de diamantes  No mar de sargaços à cruel loucura.  E Navegas...  No espólio de outras eras  Mares a negro, quimeras Memórias em cicatrizes bordadas... Voas... Nas asas que se abrem nos braços Entre os desejos e os cansaços Nas entrelinhas das madrugadas...

Fantasmas

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Trago em mim sombras de palavras De poemas que não escrevi São fantasmas de outras eras Velhas sombras etéreas Que exorcizei de mim... Trago em mim os vultos de saudade Que no peito em silêncio suprimi... Mas já não guardo memórias Nem o sangue das histórias Nas lágrimas que à nefasta dor, reprimi.. Talvez guarde apenas o cansaço A ausência de um espinhoso cruel abraço Ensaguentado sobre a pele.... Talvez guarde o travo macerado do beijo De um vil e obsceno desejo Amargo como fel...

Liberdade

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  Liberdade onde estás Quem te apregoa? Serei eu o velho náufrago De uma saudade que me abalroa?  Já não corre em mim o sangue Trago nas veias o pó da terra  E no corpo as cicatrizes Dos teatros de outra guerra Sou feita de fogo fátuo  Prisões de grades mentais Refúgio de velhos poetas Que só a morte, tornou imortais.

Fugas

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  Serei ponto de uma fuga consciente Que o amor fez-se ausente  Abrigando-se em mim.. Talvez seja o destino dessa guerra O cheiro quente da terra  Em distâncias de ti... Podes vir Entre as ruas da cidade  Que o amor fez se vontade  Em ruínas de sentir... Não há como digerir esta saudade Como o voo em liberdade Que me impede de partir... Trago muros entre a pele e o abraço O olhar rendido ao espaço Do prenúncio em solidão...  Seremos fortes, resistentes aos cansaços Que nos amordaça os braços  de uma fúria em contramão...

Fogo de mar

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 Repouso a pele em teu corpo,  Como um barco atracado no porto De uma fortaleza pura... São pigmentações de afectos Dois corações como tectos Abrigando a alma nua... E ficam em mim silêncios Restos de tantos incêndios Entre a pele e o olhar... A boca cumpre o desejo O salivar doce beijo Inverso fogo de mar...

Morbidez

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  Abraça-me a morbidez cadavérica dos dias As cinzas de um sangue renegado ao pó Ao ardil hipotético das epifanias De uma saudade latindo numa cobardia só... Trago na alma o responso dos meus mortos O cruel carrasco num duelo de discórdia As almas penadas que vagueiam noutros corpos  De uma vida sem golpe de misericórdia...

Talvez

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Talvez seja emancipação do silêncio O travo prazentoso e incongruente Um passado recatado eloquente, que em  amálgamas apressadas me faz pendente entre as pedras da avenida.  Talvez seja a singeleza poética de uma ode triunfal electrizante, o passo que de anão se faz gigante, o pulsar de um desenlace que em mim se faz constante, o desalinho que me faz florir as veias, o sangue que escorre paredes meias, e me desperta para a vida.

Arritmias

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São passos que se enroscam nos teus braços  Em compassos de embaraços de uma nova melodia... São toques que na pele vestem retoques  De noites que entre vozes  nos despem em poesia... E em cada suspiro a paixão,  que a alma em arritmias,  bate no coração,  as parcas horas em dias....

Transparência do fim

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Talvez o silêncio me confunda a perplexidade da alma, ao destempero inusitado de uma fruição lenta e desumana de mim... Talvez já não viva ao doce sabor dos desafios da estrada, talvez de uma forma mascarada seja a vida que vive por mim... Não sei se serão apenas devaneios de invernosas madrugadas, ou se no meio de tantos nadas, cheguei à transparência do fim...

Encantamentos

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  São raízes de um doce encantamento As asas ao sabor do vento  Espraiam-se em liberdade... São loucuras de um hemisfério atento Horizontes construídos em silêncio  De esquecimento e saudade.  E nada me julga aos grilhões no peito aberto  Roubos de alma de um futuro incerto  A lama que em mim se alaga... Somos os ponteiros da rosa dos ventos  Somos passado de futuros lentos Âncora de novas madrugadas....

Agasalho de mil poentes

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 Fiz de mim agasalho de mil poentes Saudades sussurradas entre dentes Ao toque da pele que adormece sozinha... E sob as névoas de uma velha memória Reside a épica e derradeira história De um corpo que em solidão se definha... Talvez haja o resguardo dos afectos O prólogo amaldiçoado sob os tectos De uma cidade envolta em neblina.... Talvez a dor se cale ao desassossego A fúria altiva do meu próprio ego  De uma vá loucura que é somente minha....

Tudo versus nada

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 Reflexo de uma calma atribulada O ser tudo em versus nada em vertigens complexas... Talvez a mansidão em ironia Injecte na alma vazia  As ilusões mais convexas... Barco abrindo velas ao vento Em espirais de um sentimento  Vagueando em água calma...  Como corpo nu em desapego Atracado no rochedo  Das penas da minha alma...

O entorpecimento da guerra

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 Vagueio na precaridade do tempo Remetido a um silêncio De ausências tão nuas... São passos de crus embaraços Choros e risos nos braços  No embalo de outras luas... E choram em mim saudades tamanhas O vil veneno corrompendo as entranhas O sangue pulsando da terra... Almas forjadas pelo ópio das viagens  Solidões, como rios de ausentes margens  O entorpecimento da guerra....

Carne para canhão

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Escorre-me sangue pelas pregas da alma, O silêncio atroz de uma voz à força silenciada O pão ilusório de semente envenenada, Às armas de um fogo que nem a morte acalma...  São carne para canhão, maldição, desventura A vida sem condição, desumana criatura A podridão cadavérica, ambulante genocida O velho obeso lamacento inferno,  Que por prazer efémero de fome te suga o corpo à vida...

Puritana decaída natureza

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 Gotas de uma libertação inconstante  O prenúncio amargo de um karma tardio Ser o constante desafio da saudade A boca em desejo alarve,  Retoques de um ser em perfeito vazio... Retrai o abandono parental consentido De uma lança no coração desfeito A aspereza subtil mascarada em leveza A minha puritana decaída natureza Que jaz adormecida na lápide do teu peito...