Carne para canhão
Escorre-me sangue pelas pregas da alma,
O silêncio atroz de uma voz à força silenciada
O pão ilusório de semente envenenada,
Às armas de um fogo que nem a morte acalma...
São carne para canhão, maldição, desventura
A vida sem condição, desumana criatura
A podridão cadavérica, ambulante genocida
O velho obeso lamacento inferno,
Que por prazer efémero
de fome te suga o corpo à vida...
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