Descartados
Carrego um livro no meu rosto
Cada ruga é uma página amassada
Por um velho remorso...
Trago nos olhos a preto e branco
a rodagem um velho filme
Descolorido pelo desencanto...
Só há um nome porque somos chamados,
Nós, os velhos, os sem-abrigo,
Os rejeitados...
Somos a sociedade do descarte,
Aqueles que o mundo ignora,
Fazendo de nós um mundo à parte....
Cheguei a esta vida sem nada,
fui apenas pedra na calçada,
Fiz da ilusão a minha verdade...
Já nada faz em mim sentido
Sou do vento o mais fiel amigo,
A alma que chama à morte, liberdade.
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