São bocejos serenos, os toques amenos, do calor do desejo na pele; a solidão que se afasta ao mergulho, de um silêncio quase absurdo, dos ecos das tuas asas no céu...
Não subas os degraus da minha mente Há nela escuridão e uma loucura decadente De quem se abandona à dor depois do temporal.... Serena-te no meu peito, saudade ardente Há no coração uma síncope diferente O compasso fúnebre de uma ode triunfal. E o silêncio intensifica a tua ausência O grito preso entre a sobriedade e a demência Que as lágrimas denunciam, sem cessar... Que a minha dor não te prenda aqui meu anjo Abre asas rumo ao merecido descanso Rumo à luz da salvação, que te fez libertar.
Meu querido anjo, meu fiel amigo Foste entre agruras o meu doce abrigo O olhar atento a refazer-me o chão... Sabias de cor o meu ser em defeito E tu eras para mim o ser mais perfeito Que eu abrigava serena em meu coração... Partiste, e no rosto banhado a lágrimas Escrevo na escuridão destas páginas Onde sou fantasma de tantas luas... E num lamentar sangrento e imperfeito Na negra dor plantada no meu peito, Só moram, em desalento, saudades tuas....
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