Eternidade

De todos os silêncios o que mais dói é o cansaço das palavras que ficaram por dizer. Escreve-se a lágrimas no rosto e o sabor do mosto no travo que nos calcorre a pele. Despistam-se os aconchegos, nos entraves mais serenos, das pedras que no fim fazem caminho. Onde se esconde a serenidade paralela do meu eu intercalado em mim? Não procuro os devaneios de outrora, a tenacidade de uma breve hora, o repouso tardio. Procuro os braços que na noite calada me envolve sem perguntas repensadas a horas mortas e o silêncio que ao fechar da porta, se instala em murmúrios nas nossas bocas. O relâmpago de um prazer acomodado e livre, que entre corpos amanhece o caminho da eternidade.

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